No fim da tarde desta quarta-feira (6), o Africanidade animou a Praça Gê Sardenberg com a Orquestra Popular de Macaé e a roda de Capoeira do Mestre Kiko, em frente à sede antiga da Câmara, no Centro Cultural do Legislativo. À noite, a palestra “Identidade Negra”, da escritora, poetisa e sindicalista Conceição de Maria, contribuiu para a reflexão sobre a autoestima dos negros na luta contra o racismo.
O regente da orquestra, Bruno Py, e demais integrantes, além de sucessos populares do início do século 20, apresentaram repertório diferenciado. “Tocamos músicas recém-editadas, a partir de arranjos do próprio punho de Pixinguinha”.
O Grupo Macaé Capoeira (GMac), liderado por Valdemir Basílio Miguel, o Mestre Kiko, existe há 15 anos no Parque Aeroporto. “Nosso objetivo é tirar o jovem da rua para que ele seja o cidadão do amanhã”. Música e capoeira atraíam pessoas na volta do trabalho enquanto, no prédio, o público apreciava a exposição Sorriso Negro, do fotógrafo Luiz Bispo, com imagens de crianças.
As fotos integram o acervo itinerante do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF). Coordenadora de Formação da entidade, Conceição de Maria comentou: “No adulto, o racismo já deixou marcas muito intensas. Na infância, a autoestima é espontânea. Nossa mostra percorreu, desde 2014, muitas escolas, levando esta mensagem de identidade negra”.
Palestra
“Qual é o pente que te penteia?: Identidade feminina da mulher negra macaense” foi o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da pós-graduação que Conceição fez pela Fundação Educacional de Macaé (Funemac), e que embasou a palestra.
No TCC, ela entrevistou mulheres e fez pesquisa em rótulos de shampoos. “Uma das entrevistadas, quando perguntei o que pensava sobre seus cabelos, não parava de chorar, pois ele tinha sido o objeto de muitas violências que ela sofreu”.
Nos produtos capilares, a escritora criticou palavras como “rebeldes” e “desobedientes” nas referências aos crespos, bem como “disciplinar” como qualidade atribuída aos condicionadores, preconceitos implícitos na linguagem mercadológica.
Conceição lembrou que o empoderamento e o orgulho dos negros com relação aos cabelos tiveram início no movimento Black Power, nos EUA, a partir dos anos 60.
“Hoje, vivemos uma nova etapa em que muitos negros e negras deixam seus cabelos ser como são e como eles querem que sejam, com orgulho, mas no âmbito político temos vivido retrocessos”. Ela citou como exemplos o assassinato da vereadora Marielle Franco, as crescentes críticas à política de cotas, e a extinção, na administração macaense, de estruturas que garantiam ações contra o racismo.
O regente da orquestra, Bruno Py, e demais integrantes, além de sucessos populares do início do século 20, apresentaram repertório diferenciado. “Tocamos músicas recém-editadas, a partir de arranjos do próprio punho de Pixinguinha”.
O Grupo Macaé Capoeira (GMac), liderado por Valdemir Basílio Miguel, o Mestre Kiko, existe há 15 anos no Parque Aeroporto. “Nosso objetivo é tirar o jovem da rua para que ele seja o cidadão do amanhã”. Música e capoeira atraíam pessoas na volta do trabalho enquanto, no prédio, o público apreciava a exposição Sorriso Negro, do fotógrafo Luiz Bispo, com imagens de crianças.
As fotos integram o acervo itinerante do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF). Coordenadora de Formação da entidade, Conceição de Maria comentou: “No adulto, o racismo já deixou marcas muito intensas. Na infância, a autoestima é espontânea. Nossa mostra percorreu, desde 2014, muitas escolas, levando esta mensagem de identidade negra”.
Palestra
“Qual é o pente que te penteia?: Identidade feminina da mulher negra macaense” foi o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da pós-graduação que Conceição fez pela Fundação Educacional de Macaé (Funemac), e que embasou a palestra.
No TCC, ela entrevistou mulheres e fez pesquisa em rótulos de shampoos. “Uma das entrevistadas, quando perguntei o que pensava sobre seus cabelos, não parava de chorar, pois ele tinha sido o objeto de muitas violências que ela sofreu”.
Nos produtos capilares, a escritora criticou palavras como “rebeldes” e “desobedientes” nas referências aos crespos, bem como “disciplinar” como qualidade atribuída aos condicionadores, preconceitos implícitos na linguagem mercadológica.
Conceição lembrou que o empoderamento e o orgulho dos negros com relação aos cabelos tiveram início no movimento Black Power, nos EUA, a partir dos anos 60.
“Hoje, vivemos uma nova etapa em que muitos negros e negras deixam seus cabelos ser como são e como eles querem que sejam, com orgulho, mas no âmbito político temos vivido retrocessos”. Ela citou como exemplos o assassinato da vereadora Marielle Franco, as crescentes críticas à política de cotas, e a extinção, na administração macaense, de estruturas que garantiam ações contra o racismo.