Na semana passada, líder do governo anunciou arquivamento do projeto
Com expressiva presença popular, a Câmara de Macaé realizou a última audiência pública do ano, na segunda-feira (28), com objetivo de debater o projeto que altera o modelo de transporte escolar para crianças entre dois e 12 anos, conhecido como “Vale-Van”. A proposta da prefeitura seria repassar o valor de R$ 200 para cada estudante, ficando a escolha do transporte sob a responsabilidade dos pais.
O encontro foi promovido pelo vereador Maxwell Vaz (SD), que esteve acompanhado dos demais parlamentares da bancada de oposição e representantes da Secretaria de Educação e do Conselho Municipal de Educação (CME).
Após o início, Maxwell lembrou pronunciamento do vice-presidente Júlio César de Barros (PPL), o Julinho do Aeroporto, feito na semana passada. O também líder do governo anunciou que o prefeito de Macaé, Dr. Aluízio (PMDB), solicitou arquivamento da matéria, garantindo a continuidade do modelo de transporte escolar vigente.
“Assim que o Executivo encaminhou o projeto, as Comissões Permanentes estudaram o conteúdo e alguns pontos inconstitucionais foram identificados, como a falta do quadro de impacto financeiro. Além disso, é preciso que profissionais, pais e toda a sociedade seja envolvida nas discussões, pois é uma mudança significativa. Os debates não podem parar, mesmo com a notícia do arquivamento, uma vez que o projeto pode retornar no ano que vem”, declarou Maxwell.
Durante a participação do público, a rejeição à proposta foi unânime. “Não creio que todos os pais teriam responsabilidade para direcionar toda verba ao transporte dos filhos. Sou a favor de manter o modelo, principalmente para os estudantes que moram em lugares mais distantes e dependem exclusivamente das vans. Falo como mãe e servente em uma escola”, disse Maria Ferraz.
“A aprovação deste projeto, com certeza, aumentaria a evasão escolar. A fiscalização seria prejudicada”, criticou Igor Sardinha (PRB). As palavras do líder da oposição foram reforçadas por Chico Machado (PSB). “Não creio que os pagamentos seriam feitos em dia. A prefeitura está com enormes atrasos.”
De acordo com o subsecretário de Infraestrutura da Educação, José Vicente, o transporte escolar é complexo. “Acreditamos que o projeto partiu da Procuradoria da Prefeitura e não foi submetido à pasta da educação. Para nós, o aluno precisa estudar o mais próximo da sua residência e, se possível, sem precisar de transporte”, disse.
Amaro Luiz (PRB) reforçou as críticas à proposta e ainda citou propostas de infraestrutura em diversas escolas. O vereador também cobrou respostas de requerimentos. José Vicente, acompanhado da subsecretária Administrativa de Educação, Bianca Kersbaumer, divulgou investimos e projetos de construção de novas unidades escolares.
Ao final do encontro, Maxwell solicitou contagem do público presente para que a posição contrária de todos fosse oficializada em ata. Além disso, será encaminhado ofício com conteúdo da audiência ao gabinete do prefeito.
Jornalista: Júnior Barbosa