Sindicado e servidores da prefeitura discutem possibilidade de paralisação
Com relatos de cortes no pagamento de benefícios, a Câmara de Macaé realizou nova audiência pública para dar voz aos servidores de diversos setores do Executivo. O encontro, solicitado por Igor Sardinha (PRB), foi realizado no início da noite desta quarta-feira (13).
“Gostaria de deixar registrado que formalizamos convites a diversos órgãos do executivo e, infelizmente, nenhum representante compareceu. Meu desejo é que este encontro gere ações concretas contra as medidas abusivas adotadas pelo prefeito. Macaé enfrenta uma crise econômica, mas não se faz economia cortando direitos dos servidores”, frisou Igor.
A bancada ainda foi composta pelos vereadores Chico Machado (PSB), Marcel Silvano (PT) e Maxwell Vaz (SD), além do vice-prefeito Danilo Funke (Rede), pelo vice-presidente do Sindiservi, Pedro Paulo, e a advogada do Sindiservi e ex-procuradora do município, Maria Auxiliadora de Moura, a Dodora. A audiência pública foi transmitida simultaneamente pela internet.
“Hoje, o servidor da prefeitura não tem motivos para sorrir. Estamos insatisfeitos e sequer o prefeito nos recebe. A verdade é que o Executivo não dialoga e, ainda por cima, tenta colocar os servidores contra o próprio sindicato”, criticou Pedro Paulo. “Atravessamos um ano muito difícil e diversas ilegalidades foram praticadas. Até o plano de carreira dos servidores foi alterado sem que houvesse diálogo”, acrescentou Dodora.
A diretoria do Sindiservi ainda declarou que recebeu convocação da prefeitura para retornar aos postos de trabalho de origem. “Conseguimos uma liminar judicial que assegurou a continuidade dos nossos trabalhos”, alertou Dodora. “Além da incorporação, diversos benefícios estão sendo cortados. Alertamos para isso e vamos continuar lutando contra essas injustiças aos servidores”, disse Chico Machado.
O encontro foi encerrado com declarações de apoio dos vereadores presentes. “O servidor é peça fundamental para que Macaé supere este período e construa um futuro melhor. A crise do petróleo é uma realidade, o preço do barril caiu a níveis históricos e a cidade vai continuar sofrendo as conseqüências”, alertou Marcel Silvano.
Servidores defendem paralisação
Problemas com a biometria, incorporações, enquadramento, relatos de assédio moral, adicional de plantão, dedicação exclusiva, pagamento retroativo do dissídio salarial e de horas extras deram o tom aos questionamentos levantados pelos servidores durante as quase três horas do encontro. Diversos servidores defenderam união da classe e sugeriram a possibilidade de paralisação. A ideia recebeu apoio do Sindiservi e, por sugestão de Igor, analisará a possibilidade de realização de uma assembleia até o final do mês.
“É difícil acreditar, mas perdemos benefícios que são assegurados por lei federal. Além disso, conheço servidores que estão ficando sem salários por problemas no ponto biométrico. Acredito que a única alternativa seja a greve, porque os erros são claramente intencionais”, denunciou Marco Antonio, servidor que atua no Pronto Socorro do Parque Aeroporto.
Jornalista: Júnior Barbosa