Na noite desta terça-feira (14), a Câmara de Macaé apresentou a autoridades, personalidades civis, militares e religiosas a exposição A Casa e o Tempo: 189 anos de histórias: 1835-2024. O historiador e servidor do Legislativo, Meynardo Carvalho, percorreu com os visitantes as atrações da mostra. “Não é ocasião de apenas olhar para o passado, mas construir com ele a relação de um presente e um futuro que acolham, inspirem e incluam as pessoas”.
Nesse sentido, há uma sala onde está registrada a atuação dos operários que realizaram as reformas ocorridas nas legislaturas a partir de 2020. “São trabalhadores anônimos que também constroem a história”, frisou o pesquisador. O presidente Cesinha (Cidadania) comentou: “Tem sido um grande orgulho entregar a casa reformada, e agora essa bela exposição, que surgiu de uma ideia do nosso diretor geral Maurício de Castro”.
A residência pertenceu a Francisco Domingues de Araújo, um traficante de escravos africanos. Tendo sido também prefeitura e tribunal, foi palco das decisões políticas que nortearam a cidade até 2012 – quando a Câmara transferiu-se para o novo edifício no Horto –, tendo recebido Dom Pedro II em 1847, e o presidente Washington Luís, macaense, em 1927.
Iza Vicente (Rede) disse estar emocionada por estar no local onde morou um escravocrata, em um evento que tem como curador um negro, doutor em história. “A política só faz sentido se for para contribuir com essa transformação da sociedade”.
22ª Semana Nacional de Museus
O secretário municipal de Cultura Leandro Mussi, representante do prefeito Welberh Rezende (Cidadania) frisou a importância de a construção ficar aberta ao público. “Agradeço à Câmara, pois com essa mostra, Macaé se inclui na 22ª Semana Nacional de Museus”, afirmou considerando que no lugar também funciona o Museu do Legislativo.
Do século 19 aos tempos atuais
Os participantes assistiram a um documentário de 17 minutos, que ficará disponível aos visitantes, e que resume a trajetória do prédio até a Macaé dos tempos atuais, transformada pelas mudanças trazidas pela indústria do petróleo. Nele, personagens da política e da cultura também contam sua relação com a casa.
Estava presente Jussara Murteira Célem, neta do arquiteto Joaquim da Silva Murteira, responsável pela ampliação do prédio em direção à Rua Direita, em 1926/1927. “Estou felicíssima, não só como neta, mas como macaense, por ele ter feito parte na época dessa preservação da nossa história”. Também participou da visita guiada a trineta de Francisco Domingues de Araújo, Maria Luíza de Souza Santos. Compareceram ainda os vereadores George Jardim (PSDB), Paulo Paes (Cidadania), Professor Michel (Cidadania) e Tico Jardim (PSDB).