O Legislativo macaense recebeu pela terceira vez, desde 2023, a diretora de relações institucionais da Enel, Andreia Andrade, nesta terça-feira (25), durante o Grande Expediente. O convite foi de Cesinha (Cidadania). Após a explanação inicial da gerente, ele disse: “Sempre que a empresa vem a esta Casa, faz uma bela apresentação, mas o bom serviço que as pessoas querem, e pelo qual pagam, não acontece”.
Andreia informou que a concessionária aumentou as podas de árvores, que tocavam os fios de energia elétrica, de 7,5 mil em 2023 para 18,5 mil no ano passado. “Também reduzimos o tempo em que cada usuário ficou sem energia de uma média de 14 horas em 2018, para seis em 2024”. Ela explicou que o maior tempo considerado satisfatório para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é de nove horas.
Leandra Lopes (PT) falou sobre a impossibilidade de colocar para funcionar os aparelhos de ar-condicionado das escolas, por falta de padrão de energia. “Quando eu era secretária de Educação, numa escola em Córrego do Ouro, providenciamos o padrão e os equipamentos para ampliação da carga, mas a Enel demorou para fazer a ligação e acabaram roubando os cabos”.
A falta de rede trifásica na Bicuda foi a reclamação de Tico Jardim (Cidadania). “A rede lá foi projetada há 20 anos, quando a população era dez vezes menor, e hoje não aguenta mais a carga”. Rond Macaé (PSDB) lembrou o problema dos assentamentos. “Temos lugares como Águas Maravilhosas, Ilha Leocádia e Nova Fronteira onde não chega a energia e as pessoas fazem ligações irregulares prejudicando o município e até a Enel”.
Fiação subterrânea e falta de investimentos
Já Marvel Maillet (PV) perguntou sobre uma lei do ex-parlamentar Maxwell Vaz, que propunha enterrar a fiação para evitar poluição visual e acidentes diante dos emaranhados de fios deixados por empresas de telecomunicações. E Denis Madureira (Republicanos) recordou de quando foi secretário de Qualificação Profissional. “Ficamos dois anos com uma unidade sem funcionar porque a Enel não ligou a energia”.
O vereador Edson Chiquini (Cidadania) cobrou mais investimentos da empresa para Macaé. “Somos a cidade que mais cresce no estado e temos estudos para implantar nove hidrelétricas”, argumentou.
Respostas aos vereadores
Entre outras explicações, Andreia afirmou que algumas pendências para instalação de ar-condicionado em escolas, levantadas por Leandra, são da Enel, outras, do Executivo. “Mas temos feito muitas reuniões com a prefeitura para resolver”. Segundo ela, a responsabilidade da retirada de fios é das empresas de telecomunicações, que já foram notificadas pela concessionária. “Quanto à rede subterrânea, ela é dez vezes mais cara”. E afirmou também que há investimentos previstos no valor de R$ 760 milhões.
No caso das queixas por falta de energia, Andreia colocou-se à disposição dos vereadores para buscar solução caso a caso. O presidente Alan Mansur (Cidadania) falou no final. “A empresa tem deixado muito a desejar. Esperamos que esta seja uma oportunidade para que ela venha a trazer mais resultados para a população”, concluiu.
A Enel atua em 66 cidades do estado, com concessão pública válida até dezembro de 2026. No entanto, Andreia afirmou que a empresa já manifestou interesse na renovação de contrato e aguarda um retorno da agência reguladora ainda neste ano.