Populares da Região Serrana foram até o Centro Cultural de Glicério na manhã deste sábado (19) para uma audiência pública sobre a situação dos cemitérios, e para protestar contra a falta de capelas mortuárias. O evento foi solicitado e presidido por Maxwell Vaz (SD), e contou com a presença de representantes de associações de moradores e da igreja Católica.
Após dizer ter recorrido a diversos políticos, o coordenador da pastoral familiar da paróquia matriz Nossa Senhora das Neves, de Córrego do Ouro, Vanderlei Carvalho Machado, desabafou: “Nunca fomos atendidos. Recebemos autorização do bispo para velar corpos na igreja, mas a vigilância sanitária pode nos multar e interditar”.
Devido ao perigo do contágio de doenças, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não autoriza velórios em locais sem requisitos como salas separadas de espera e vigília, além de local para limpeza e desinfecção de equipamentos e utensílios.
Já os cemitérios da região não têm mais vagas, conforme relatou o diácono Sérgio da Luz Silva, da capela Santo Antônio, de Glicério. “Quando morre alguém, é preciso que uma pessoa da comunidade aceite que sejam retirados os ossos de um ente querido para que o recém-falecido seja colocado naquele jazigo”. Prometendo levar a situação ao plenário da Câmara, Maxwell comentou: “As pessoas são humilhadas na hora em que mais estão sofrendo”.
“Há 30 dias, no cemitério do Óleo, fui a um enterro, e fiquei triste de ver como as lápides estavam sujas”, reclamou Marlene Esterque, do Trapiche. Segundo o presidente da Associação de Moradores de Glicério, Hyago dos Santos, o coveiro de Córrego do Ouro foi retirado e um único funcionário está atendendo aos dois cemitérios.
Moradores irão à Câmara para protestar
Edmo Pereira, morador de Glicério, lembrou que as reivindicações sobre o problema já têm pelo menos 16 anos. “É um absurdo termos que ir ao centro de Macaé para enterrar nossos mortos. Já foi concluído que um único bom cemitério atenderia a toda a serra. E já há um terreno comprado para isso no Frade, mas o projeto não se realiza”.
Hyago disse que vai com frequência à Secretaria de Obras solicitar informações e providências para as obras do cemitério e capelas, mas esbarra na alegação de que não há licença ambiental. Maxwell afirmou que na Secretaria de Meio Ambiente não há protocolo para construção do cemitério. No final da audiência ficou acertada uma manifestação dos moradores, para protestar contra a situação na sessão de 29 de maio no Legislativo.
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