Um requerimento do parlamentar George Jardim (PSDB) trouxe novamente à tona o debate sobre a qualidade do serviço que vem sendo prestado à cidade pela concessionária de energia Enel. No documento, aprovado na sessão desta quarta-feira (26), na Câmara Municipal de Macaé, o vereador reforça o pedido já feito anteriormente pelo Executivo e Legislativo: o desligamento da rede de alta tensão para a reconstrução de uma ponte na Região Serrana.
A colocação de vigas de sustentação na “Ponte da Cadeia”, como é conhecida na Bicuda Pequena, estava prevista para a data de hoje (26) das 7h às 17h. Contudo, a empresa contratada foi obrigada a cancelar o serviço devido ao não atendimento pela Enel da solicitação de desligamento da rede de alta tensão. “Lutamos tanto por essa ponte, fruto de uma emenda impositiva, e agora essa conquista está ameaçada por falta de compromisso da concessionária com a população”, lamentou George.
Visivelmente irritado com a situação, o parlamentar repudiou a atitude dos representantes da Enel que, segundo ele, sequer responderam aos ofícios da Câmara e da prefeitura. “A Enel atrapalha o desenvolvimento de Macaé e da Região Serrana ao impedir que a obra da ponte seja finalizada”. Ainda de acordo com o tucano, a empresa se mobilizou para o transporte das vigas, mas não foi possível efetuar o trabalho pelo risco que a rede de alta tensão oferece aos trabalhadores, moradores e transeuntes.
O desligamento foi solicitado também para o próximo sábado (29), das 7h às 17h. Conforme informações do Executivo, são necessários dois dias para a conclusão dessa etapa. Legislativo e Executivo aguardam resposta da Enel a esse respeito.
Contradição e impasse
O presidente Cesinha (Cidadania) lembrou as ocasiões em que esteve em Brasília, na companhia de outros parlamentares, para tratar da melhoria dos serviços prestados pela Enel. “Descobrimos que a agência reguladora não fiscaliza o contrato com a concessionária de energia elétrica. Então, fizemos várias reuniões com representantes da Enel, que alegaram prejuízo, mas reafirmaram o interesse em renovar o contrato”.
Para o chefe do Legislativo, se o prejuízo fosse real, a empresa não teria interesse em manter o contrato. Ele apontou como solução a retirada da concessão do serviço pelo Estado, a exemplo do que aconteceu em Goiás.
Podas sem recolhimento de resíduos
Tico Jardim (Cidadania) lamentou a situação, acrescentando os problemas ocasionados pelas podas realizadas pela concessionária, cujos restos não são recolhidos. “Os galhos são abandonados nas margens das vias, com as pontas para dentro das estradas, na Região Serrana. Esses resíduos danificam as cercas dos proprietários e colocam em perigo quem passa pelo local”.
Risco de morte
Amaro Luiz (PV) reforçou o desconforto causado pela Enel e alertou para o risco à população. Segundo ele, um fio de alta tensão se rompeu essa semana no Lagomar, próximo a uma escola com quase 1.000 alunos. “Ele estava energizado e permaneceu pegando fogo por horas ao lado de onde as crianças passam para ir à escola. Poderia ter acontecido uma tragédia, com mortes em cadeia, pois são 13.600 volts”. O vereador acrescentou que os remendos nos fios são visíveis em vários pontos. “Cobram caro pelo serviço e não oferecem o mínimo”.
Piores prestadoras de serviços
Luciano Diniz (Cidadania) aproveitou para condenar a privatização dos serviços essenciais, que levam à falta de controle por parte do Estado e a precarização do atendimento à população. José Prestes (Podemos) apontou a BRK e a Cedae, junto da Enel, como as piores prestadoras de serviços de Macaé.