As legislações existem, mas ter políticas públicas que saiam do papel é a maior dificuldade que centenas de famílias macaenses enfrentam diariamente. Esse foi o tema central da audiência pública sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), realizada pela Câmara dos Vereadores, na noite de terça-feira (5). Mundialmente, abril é o mês escolhido para abordar o autismo na sociedade. O presidente Cesinha (Pros) conduziu os debates.
Um dos momentos que mais emocionaram o público foi a participação da estudante Júlia Bezerra de Araújo. Diagnosticada com autismo há alguns anos, ela também dá palestras sobre suas experiências de vida. “As pessoas têm a ideia de que ser normal é ser perfeito, sem problemas. Para uma pessoa autista, não ser normal significa muitas coisas. As minhas necessidades não são visíveis e os nossos direitos não são privilégios.”
Líder do Motivados Pelo Autismo Macaé (Mopam), Lucia Anglada denunciou que faltam remédios essenciais para pessoas com TEA, além de serviços especializados para adultos. “Não encontramos profissionais nas mais diversas áreas. A fila para fonoaudiólogo está em 239 pessoas. Já para psicólogo, o número vai a 339. Sequer conseguimos ter acesso à uma carteira de identificação que custa apenas R$ 7, por exemplo”, acrescentou.
O secretário adjunto de Atenção Básica, Luiz Carlos Braga, disse que a Secretaria de Saúde tem enfrentado dificuldades para realizar licitações de remédios, mas que o Executivo está empenhado em sanar o problema. Já a secretária de Educação, Leandra Lopes Vieira, acredita que o recente processo seletivo para contratação de profissionais ampliará os atendimentos.
Autor de leis voltadas à inclusão social dos autistas, Cesinha frisou que a Câmara também segue na luta para que Macaé tenha um centro especializado para Pessoas com Deficiência (PcD). “O governo precisa entender que desenvolvimento de verdade só acontece quando toda a população tem melhora na qualidade de vida”, acrescentou.
Também participaram da audiência o secretário de Cultura, Leandro Mussi, a superintendente de Educação Integrada, Janaina Pinheiro, o coordenador de Políticas de Direito e Fomento à Inclusão, Matheus Vandré, e a líder do Centro de Estimulação Precoce e Integração Sensorial Juan Gabriel, Marina Frouche, que também é a mãe da criança que deu o nome ao projeto.
A íntegra da sessão está disponível no link abaixo: