Uma proposição do vereador Luiz Matos (Republicanos) trouxe novamente à tona a falta de acessibilidade que os cadeirantes enfrentam no transporte público municipal. O parlamentar pediu à prefeitura que informe a relação de ruas da cidade que não possuem asfaltamento ou calcetamento e recebem linhas de ônibus do Sistema Integrado de Transporte (SIT). A indicação foi aprovada nesta terça-feira (6), na Câmara de Macaé.
Em recente visita à sede da SIT, Matos questionou o motivo dos elevadores para cadeirantes não estarem funcionando nos veículos de transporte coletivo. A reclamação é recorrente entre as Pessoas com Deficiência (PcD) e seus familiares, que não conseguem utilizar o serviço público. “A informação que obtive é que eles são constantemente danificados ao transitar em vias com buracos, sem asfalto ou calcetamento”, explicou.
Contudo, o argumento foi rebatido por Iza Vicente (Rede): “É obrigação da SIT dar manutenção adequada aos elevadores e garantir o seu funcionamento. O contrato com a prefeitura prevê isso. A população está reclamando com razão, pois o pagamento do subsídio está em dia e a empresa deve garantir a acessibilidade”. Atualmente, a Prefeitura paga R$ 4,20 por usuário do transporte coletivo e o cidadão arca com R$ 1 de passagem, totalizando um recebimento de R$ 5,20 pela SIT.
Falta inclusão
Marlon Lima (PDT) defendeu um transporte exclusivo para os PcDs e lembrou a promessa da SIT de substituir 80 veículos por outros novos até 29 de julho de 2023. “Hoje, não há sequer um ônibus com elevador funcionando plenamente em Macaé”.
Para o vereador, o transporte público é a maior dificuldade dos cadeirantes na atualidade. “Sem esse serviço, não há inclusão, pois não é possível transitar com autonomia. Fica inviável para eles estudar, trabalhar ou ter acesso a serviços de saúde e lazer, por exemplo”.
Marlon aproveitou a discussão e propôs a criação de uma secretaria municipal de acessibilidade para Macaé. A ideia é ampliar a estrutura de trabalho e dar mais atenção à causa PcD.
Solução pode estar próxima
Amaro Luiz (PRTB) responsabilizou a gestão anterior pelo sucateamento da SIT. “Inicialmente, a empresa tinha uma frota que atendia a cidade. Mas na gestão passada, o Executivo deixou de pagar em dia e a SIT começou a enfrentar dificuldades para fazer a manutenção dos veículos”. No entanto, com a ampliação das obras de asfaltamento e a realização dos pagamentos em dia na atual gestão, o parlamentar acredita que tais problemas serão solucionados em breve.