Diante do aumento do número dos casos de dengue, a Câmara de Macaé vem buscando disseminar informações para o controle da doença. No mês passado, a instituição trouxe a equipe da Secretaria de Saúde do município, ao plenário, para atualizar os dados relacionados e informar sobre ações de combate e prevenção. Agora, o Setor de Saúde do Legislativo orienta servidores e população a contribuírem para a solução do problema.
O Rio de Janeiro é um dos estados que decretou epidemia em 2024, tendo ultrapassado 170 mil casos de dengue de janeiro a março deste ano. De acordo com o médico da Câmara, Felipe Affonso, é preciso buscar acompanhamento da rede de saúde, seja pública ou privada, ao apresentar sintomas da doença.
“A medida mais importante no tratamento da dengue é a hidratação. A febre e a dor podem ser tratadas com dipirona ou paracetamol. Deve-se evitar o uso de anti-inflamatórios, como a aspirina, a menos que o paciente já for usuário ou a critério do seu médico”.
Os centros de referência para atendimento aos pacientes com dengue em Macaé são a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Barra e o Hospital Público Municipal da Serra (HPMS), em Trapiche. Com funcionamento 24 horas, as unidades estão equipadas com centros de hidratação e espaços de observação, além de atendimento médico. Ao todo, 256 agentes comunitários de saúde intensificam as ações de informações, orientações e cuidados nas visitas domiciliares.
A enfermeira Ana Carolina Badini reforça as orientações: “É muito importante que não se faça automedicação. Todos devem estar atentos aos sinais e, sempre, buscar orientações com os profissionais da saúde”, disse.
Identificação e avaliação
A dengue é uma doença viral aguda transmitida por um vetor, o mosquito Aedes aegypti. Atualmente, existem quatro sorotipos circulantes. Os predominantes na epidemia atual são o 1 e o 2. Os sintomas geralmente são febre, dor atrás dos olhos, dor muscular intensa, cansaço e dor abdominal. Algumas formas da doença podem ser graves, evoluindo para choque circulatório, com ou sem hemorragias, o que pode causar morte. Isso exige constante reavaliação e observação, para que intervenções sejam feitas a tempo de impedir o seu agravamento.
Sinais de alerta
Geralmente surgem entre o terceiro e o sétimo dia. Através deles, podemos identificar os pacientes que podem evoluir para uma forma grave da doença. Esses sinais são: dor abdominal intensa, vômitos persistentes, hipotensão postural ou sensação de desmaio, sangramentos, redução na quantidade de urina, suor frio, redução repentina na febre, falta de ar, sonolência e/ou irritabilidade. Nesses casos o atendimento pelos serviços de saúde deve ser imediato.
Grupos de risco
A equipe de saúde do Legislativo esclarece que alguns grupos são considerados de risco para o agravamento da doença, como os idosos (acima de 65 anos), gestantes, lactantes, pessoas com comorbidades – tais como doença cardiovascular, hipertensão, diabetes, asma, doença pulmonar crônica, do fígado, doenças hematológicas, imunológicas e doença renal crônica – e as que fazem uso de anticoagulantes.
Embora exista vacina contra a dengue, o combate ao vetor Aedes aegypti é o principal método para a prevenção e controle dessa e de outras viroses urbanas, como a zika e a chikungunya.
Prevenção
Para evitar a proliferação do mosquito, é preciso eliminar a água parada – possíveis criadouros para o inseto. Nesse sentido, vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e até mesmo recipientes pequenos, como tampas de garrafas, podem representar uma ameaça.
Para garantir a saúde da sua família e da sua comunidade, basta fazer uma checagem de cerca de dez minutos nos locais onde ele costuma colocar seus ovos (criadouros). Esta rotina tem que ser semanal, pois este é o período que o Aedes aegypti leva para se desenvolver e passar da fase de ovo para um mosquito adulto.
Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia – quando os mosquitos são mais ativos – proporcionam alguma proteção às picadas. Repelentes e inseticidas também podem ser usados, seguindo as instruções do rótulo.
Sintomas em comuns com covid-19 e outras viroses
Nossa enfermeira destaca que a epidemia atual de dengue acontece ao mesmo tempo em que registramos um aumento no número de casos de covid-19, além da alta circulação do rotavírus. “Sintomas como dores de cabeça, febre, mal-estar e distúrbios gastrointestinais podem estar presentes nesses três cenários. Sendo assim, é importante não se autodiagnosticar, não se automedicar e buscar atendimento médico para um tratamento adequado”, alertou Ana Carolina Badini.