<span style="font-family:arial,helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:14px;">Dos nove vetos encaminhados pelo prefeito, apenas um foi derrubado. Maioria decidiu manter os demais</span></span>
A sessão desta terça-feira (24) foi marcada pela discussão e votação dos vetos às emendas parlamentares ao Projeto de Lei 011/2015, que trata do orçamento municipal para 2016 e é de autoria do Poder Executivo. Os vereadores Igor Sardinha (PRB), Maxwell Vaz (SD) e Chico Machado (PSB) foram os autores das nove emendas discutidas em plenário. Apenas uma dessas emendas foi mantida, todas as demais foram derrubadas em votação, na qual a maioria dos vereadores apoiou os vetos do prefeito Aluízio Santos Jr. (PMDB).
A primeira proposição discutida foi o veto à emenda de Igor Sardinha. O vereador propôs prazo de 60 dias após publicação do orçamento anual para a prefeitura informar quais os documentos necessários para as instituições receberem as subvenções sociais. “Essa emenda é importante porque impedirá que a prefeitura altere um requisito e, assim, impeça uma instituição de receber a subvenção por conta de uma exigência não comunicada previamente”, esclareceu.
De acordo com Maxwell Vaz, em 2014, apenas seis instituições receberam subvenções sociais para suas atividades – Portadores da Alegria, AMAC, Pestalozzi, Centro Social Juliana Barros, APAE e Maçonaria, responsável pelo restaurante popular da Aroeira. “Mesmo assim, os recursos foram insuficientes para manter atendimento à população até o final do ano.” Em consequência, Chico Machado explicou que muitas instituições que trabalhavam, preventivamente, deixaram de atuar, refletindo no aumento da população de rua e de outras mazelas sociais.
Manoel Francisco Neto (sem partido), o Manoel das Malvinas, concordou que “as instituições precisam saber a regra do jogo antes de solicitar a subvenção. Voto pela emenda porque acredito que ela favorecerá o processo.” Ela foi mantida por unanimidade entre os parlamentares presentes.
Quadro de Detalhamento de Despesas
Igor Sardinha havia proposto emenda que obrigava o governo a apresentar o Quadro de Detalhamento de Despesas (QDD) à Câmara no mesmo momento em que enviasse a Lei Orçamentária Anual (LOA). Como a sigla diz, o QDD indica o total de recursos destinado a cada investimento nas diversas secretarias. Eduardo Cardoso (PPS), presidente da Câmara, informou que a prefeitura havia enviado o documento relativo à LOA de 2016.
O vereador do PRB argumentou em favor da sua emenda: “Esse documento permite que os vereadores e a população saibam com detalhes onde está sendo aplicado o dinheiro público antes de aprovar o orçamento. E se, conforme foi informado, o prefeito já enviou o QDD, então, o governo segue a lógica da emenda”. Mesmo assim, o veto foi mantido por oito votos contra cinco.
Emenda seguinte, também apresentada por Igor, foi derrubada com votação idêntica, tratando do mesmo tema. Ela suprimia artigo da LDO que previa a apresentação do QDD em 1º de janeiro de 2016. “É uma emenda para que o texto da Lei guardasse coerência com a que eu tinha proposto anteriormente, já que o Quadro teria de ser apresentado ainda este ano”, explicou. O vice-líder do governo, Júlio César de Barros (PMDB), o Julinho do Aeroporto, afirmou que as emendas de Igor eram uma tentativa de “engessar” o trabalho do Executivo.
Abertura de créditos especiais e remanejamento
A emenda vetada de Maxwell Vaz era sobre a abertura de créditos especiais no orçamento, por parte do governo. Os créditos especiais são proposições votadas na Câmara para o remanejamento de recursos para fins que o Executivo considere prioritários. O vereador propôs que eles ficassem restritos a 15% do orçamento e que na votação fosse informado de onde estavam saindo os recursos.
Os vereadores debateram sobre o total de remanejamento permitido que, atualmente, é de 35%. A emenda foi derrubada por nove votos contra quatro. “Dessa forma, continuaremos dando um cheque em branco para o prefeito gastar o dinheiro público como bem entender”, disse Maxwell.
Outro ponto polêmico do debate foi a opção em manter o veto ao projeto que obrigaria o governo municipal a realizar projetos das emendas impositivas aprovadas pela Câmara, também proposta por Maxwell. O vereador foi confrontado por Marcel Silvano (PT), que afirmou ser favorável ao veto por entender que o poder de execução é de responsabilidade da prefeitura. Maxwell rebateu, defendendo “a preservação dos direitos dos vereadores”. Mesmo assim, o veto foi confirmado por oito votos a quatro.
Por fim, a maioria optou por manter os vetos do prefeito em mais quatro emendas de Chico Machado. Todas, de acordo com o vereador, possuíam caráter técnico, visando a adequar o município ao novo Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil, que estabelece regras sobre parcerias entre entidades sociais e todas as esferas do governo.
<img class=" alignleft size-full wp-image-2650" alt="" class="cke-resize" src="https://cmmacae.rj.gov.br/wp-content/uploads/2015/11/images_francisco_chico-1.jpg" style="font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 14px; width: 250px; height: 167px; float: left;" width="510" height="340" />
<span style="font-family:arial,helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:14px;">“No meu entendimento, seria preciso resguardar as instituições que prestam relevante serviço para a cidade. No primeiro dia de 2016, a nova regulamentação entra em vigor e correremos risco de piorar o que já está ruim. Nossa oposição é propositiva e, infelizmente, o prefeito não reconheceu a importância das matérias”, criticou Chico.</span></span>
Jornalistas: Adriana Corrêa, Júnior Barbosa e Marcello Riella Benites