A convocação do prefeito e secretarío de Saúde, Aluízio dos Santos Jr. (PMDB), para prestar esclarecimentos sobre o atendimento de saúde à população foi rejeitada na sessão desta quarta-feira (3), na Câmara Municipal de Macaé.
O requerimento do vereador Marcel Silvano (PT) teve seis votos favoráveis, quatro contrários e uma abstenção.
A proposição pedia a convocação de Aluízio, do secretário adjunto de Atenção Básica, Márcio Barcelos, e do secretário adjunto de Alta e Média Complexidade, Leandro Soares. Segundo Marcel, o intuito era obter explicações sobre a demora para a realização de exames, a falta de medicamentos e vagas para atendimento médico em Macaé.
O autor do requerimento relatou o caso de um cidadão macaense com câncer no pulmão que precisa de uma tomografia computadorizada imediata do abdômen, mas só conseguiu marcar o exame, em Macaé, para o dia 12 de fevereiro de 2018. “Ele não pode esperar. Então, a alternativa é pagar R$ 1.512 pelo exame”.
O vereador Maxwell Vaz (SDD) denunciou a falta de lençol, medicamento e outros itens básicos no Hospital Público de Macaé (HPM), enquanto Luiz Fernando Pessanha (PT do B) falou da condição insalubre em que se encontra o posto de saúde do Frade. “Sem falar que alguns exames não têm sequer previsão de marcação no 0800 da Prefeitura, por falta de contrato ou licitação”, disse Luiz Fernando.
Marvel Maillet (Rede) também relatou ter presenciado problemas no HPM, como ar condicionado com defeito, pia entupida e lixo sem tratamento adequado. Outros problemas relacionados à espera de exames foram compartilhados. “Fui procurado por mulheres que aguardam há um ano para fazer exame de mamografia e transvaginal”, disse Maxwell. Já Marcel denunciou a espera de um cidadão que aguarda por um encefalograma desde junho de 2015.
Bancada governista se articula
Apesar das denúncias, Paulo Antunes (PMDB) classificou a saúde do município como uma das melhores do Estado do Rio de Janeiro. “Todos os municípios da região descarregam seus doentes aqui. É natural que alguma coisa não funcione”, defendeu.
O líder da bancada governista, Márcio Bittencourt (PMDB), esclareceu que os exames não têm sido feitos porque o tomógrafo do município estragou e um novo já foi comprado com previsão de chegada em 60 dias. “Na Prefeitura, quando algo estraga, não temos como comprar de uma hora para outra, pois há regras para se fazer licitação. Isso me parece mais uma manobra para constranger o prefeito”, declarou.
Vereadores pedem respostas
No entanto, parlamentares como Valdemir da Silva Souza (PHS), o Val Barbeiro, George Jardim (PMDB) e o presidente do Legislativo, Eduardo Cardoso (PPS), discordaram de que haveria alguma tentativa de constrangimento do prefeito. “Quando era secretário de Saúde fui convocado a prestar esclarecimentos nesta Casa, e foi uma enorme satisfação poder explicar o que se passava”. Barbeiro concordou e lembrou que outros secretários já prestaram contas, deste modo, à população.
Por fim, George frisou que o compromisso de todos deve ser com Macaé e perguntou o motivo de o prefeito ter retirado o atendimento odontológico da Bicuda Pequena. Ele também questionou a retirada da ambulância que atendia Bicuda e Areia Branca e por que não há atendimento médico 24h na Bicuda. “Gostaria de ouvir uma resposta do prefeito para dar uma satisfação aos moradores da região serrana. Acho que o macaense tem direito a essas informações”.
Jornalista: Adriana Corrêa
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