Audiência aconteceu na noite de segunda-feira (3)
A vulnerabilidade das crianças e adolescentes à violência e ao tráfico de drogas foi debatida na audiência pública realizada na Câmara Municipal de Macaé na noite desta segunda-feira (3). O evento, solicitado pela Comissão de Cidadania, Infância e Juventude, reuniu conselheiros tutelares, representantes do governo e outros agentes para discutir políticas públicas ligadas ao tema.
“Esta audiência foi motivada pela grande importância de debatermos o que a prefeitura, as instituições e a sociedade macaense estão fazendo pelos nossos jovens”, afirmou Val Barbeiro (PHS), presidente da comissão. “O fato é que não estamos fazendo nada pelas nossas crianças, pois não nos é dada a estrutura”, protestou o conselheiro Alexandre de Oliveira, do Conselho Tutelar 3, da Região Serrana.
Stenio Barcelos, do Conselho Tutelar 1, que atende ao Centro, Malvinas, Cavaleiros e adjacências, disse que a atuação dos conselheiros é mediante solicitação de proteção ao governo. “Quando esta não ocorre, recorremos ao judiciário”, explicou. “Uma pena que tenha acabado o projeto social Nova Vida. Trabalhei nele e pudemos dar perspectiva a muitas crianças”, lamentou Fabiano Elias, morador de Novo Horizonte.
“Na verdade, esse projeto teve uma grande queda, de 500 para 96 crianças. Mas já conseguimos aumentar para 150 e, mediante atendimento ao Ministério Público, chegamos a 200”, informou Tatiana Pires, Secretária de Desenvolvimento Social.
“Quando implantamos o Nova Vida, na década de 1990, funcionou muito bem. Pena que tenha perdido importância posteriormente”, disse Júlio César de Barros (PMDB), o Julinho do Aeroporto.
Dificuldades para o trabalho dos conselheiros
“Eu havia denunciado que a reforma administrativa realizada ano passado não contemplava o Conselho Tutelar”, criticou Maxwell Vaz (SD), referindo-se ao não pagamento do décimo-terceiro dos conselheiros e à falta de celulares para eles trabalharem.
Tatiana afirmou que o pagamento não foi feito por problemas técnicos no sistema informatizado e que o valor será depositado em breve. Ela ainda lembrou que novos celulares foram entregues aos conselheiros.
“O que há é uma total desestruturação do atendimento à infância e à juventude, sob a alegação de que estamos vivendo uma crise”, criticou Marcel Silvano (PT). Também participaram da audiência José Queiroz dos Santos Neto (PTC), o Neto Macaé, e Marvel Maillet (Rede).
Iniciativa pessoal
“Faltam alternativas que tornem as escolas mais atraentes do que o tráfico. Por iniciativa pessoal, promovemos judô e xadrez na nossa escola”, disse a diretora do Colégio Municipal Botafogo, Luisiane Almeida. O vereador licenciado e secretário de Educação, Guto Garcia (PMDB), apresentou dados sobre a inclusão escolar de 100% das crianças com mais de três anos.
Jornalista: Marcello Riella Benites