O Grande Expediente da sessão desta quarta-feira (23), na Câmara de Macaé, foi destinado à equipe da Secretaria de Saúde para a divulgação da primeira amostragem docenso da Pessoa com Deficiência (PcD). Na ocasião, a secretária adjunta de Atenção Básica, Natália Antunes, a coordenadora de Atenção à Pessoa com Deficiência, Liana do Amaral, e o próprio secretário da pasta, Alexandre Cruz, falaram sobre os resultados desse trabalho e como ele impactará as ações do governo municipal.
Segundo Liana, 800 pessoas responderam ao questionário de forma on-line, no site da prefeitura, ou presencial, na Casa da Criança. “Apesar dos esforços de divulgação, sabemos que este ainda é um número pequeno e que não reflete a realidade da cidade”. Por esse motivo, Natália informou que o censo será reaberto em setembro. “Assim, um familiar ou a própria pessoa com deficiência, que ainda não tenha feito, poderá respondê-lo. Quem já participou da primeira amostragem, não precisa responder novamente”.
O relatório revelou informações importantes. “Descobrimos que a maioria das PcD que responderam ao censo são do sexo masculino, solteiros, residem em bairros localizados além da ponte da Barra, não possuem emprego e sobrevivem com até um salário mínimo”, relatou Liana.
A coordenadora ainda acrescentou que a maior parte não recebe benefício, não possui passe-livre, tampouco carteira de identificação de PcD. “Além disso, 68% compõem o público infanto-juvenil e 53% possuem TEA (Transtorno do Espectro Autista). Por esse motivo, a fonoaudiologia e a psicologia estão entre as especialidades com maior demanda por atendimento”.
Participação dos vereadores
O presidente Cesinha (Solidariedade) perguntou sobre a previsão de inauguração do Centro de Referência da PcD. “Finalizamos a parte administrativa e burocrática até dezembro. Mas a entrega para a população será no início de 2024”, respondeu o secretário Alexandre Cruz. Ele ainda acrescentou que as secretarias de Educação e Assistência Social estarão presentes no espaço, a fim de gerir de forma integrada as questões relacionadas às PcD.
O vereador Marlon Lima (PDT) cobrou planejamento para melhorar a empregabilidade, o acesso aos benefícios destinados a este público, e o atendimento das demandas por profissionais especializados, em especial de psicologia e fonoaudiologia. “Macaé também precisa de transporte público 100% acessível e um veículo exclusivo para as PcD, tal como foi implantado em Niterói”, frisou Marlon.
Reginaldo do Hospital (Podemos) destacou que os números de PcD cadastradas nas secretarias de Educação e Assistência Social são bem superiores aos registrados no censo. “Seria importante cruzar esses dados com os obtidos em outros setores do governo, além de incentivar as PcD a participarem do censo, esclarecendo que não haverá perda de benefício ou qualquer outro prejuízo aos participantes”.