A história do japonês Shiro Matsuda, do judô e da imigração japonesa em Macaé foi contada na sessão desta terça-feira (25), na Câmara Municipal. Durante o Grande Expediente, o professor agradeceu o reconhecimento pelos 52 anos de ensino do judô e pediu apoio dos vereadores para um projeto triplo: a construção de um monumento aos primeiros imigrantes japoneses, de um centro dedicado ao aprendizado da língua japonesa e de um ginásio para ministrar aulas de judô para crianças carentes.
A ideia de Matsuda é facilitar a comunicação e o intercâmbio entre as duas nações, fortalecendo os laços de amizade entre Brasil e Japão. Já sobre o monumento, ele explicou que é parte da cultura japonesa reverenciar e honrar os antepassados, reconhecendo a importância do seu papel para chegarmos a um novo ponto da história. “Por fim, precisamos ensinar às novas gerações, inclusive aos mais carentes, lições de humildade, respeito e disciplina. E o judô faz isso por nós”, esclareceu.
O judoca entregou uma medalha pintada por ele a cada um dos vereadores em agradecimento pela moção de aplauso e carta pública recebida do Legislativo. Segundo Matsuda, o documento foi importante para que ele recebesse a indicação à Comenda Kasato Maru, um reconhecimento do governo japonês às 110 personalidades que mais contribuíram para o crescimento das relações Brasil-Japão e da comunidade nipo-brasileira.
Vereadores apoiam a causa
O presidente Eduardo Cardoso (PPS) se comprometeu em estudar uma forma de encaminhar o projeto de Matsuda. “Fui aluno dele e, anos mais tarde, meu filho também. Ele foi um grande atleta, além de responsável pelo primeiro campeonato de judô na cidade. Foi ainda técnico da seleção carioca feminina de judô e deu valiosas lições para várias gerações de macaenses”, disse Eduardo confirmando o seu apoio e admiração pelo mestre.
Os parlamentares Márcio Bittencourt (MDB), Marvel Maillet (Rede), Robson Oliveira (PSDB), Guto Garcia (MDB), Luiz Fernando Pessanha (PTC) e Maxwell Vaz (SD) também discursaram em apoio a Matsuda.
Macaé, a primeira colônia japonesa no Brasil
De acordo com a apresentação realizada em plenário, Macaé recebeu a primeira colônia japonesa no Brasil, em dezembro de 1907 – cinco meses antes do marco oficial da imigração japonesa no Brasil, que é a vinda de 780 imigrantes no navio Kasato Maru, em junho de 1908. Eram apenas 12 imigrantes que formaram um núcleo colonial na Fazenda Santo Antônio. Mas devido ao isolamento, a barreira do idioma, as pragas na lavoura e a dificuldade de adaptação ao clima quente, a colônia durou apenas cinco anos. Após esse período, os japoneses foram para o Rio de Janeiro em busca de melhores condições de vida.
Matsuda chegou ao Brasil em 1960 e, em Macaé, em 1966. Desde então, se dedica a ensinar o judô e a disseminar os ensinamentos da cultura japonesa também por meio de projetos sociais.
