Um questionamento sobre a falta de professores em sala de aula, enquanto diversos estariam cedidos em serviços administrativos na Secretaria de Educação, deu início a uma discussão na sessão desta terça-feira (27), na Câmara Municipal de Macaé. O Requerimento 41/2024, que solicitou esclarecimentos sobre a situação, foi apresentado pelo presidente Cesinha (Solidariedade) e aprovado por unanimidade dos parlamentares presentes.
De acordo com Cesinha, muitos pais o procuraram para protestar que os filhos estão saindo mais cedo da escola por falta de professor em sala de aula. Iza Vicente (Rede) confirmou que essa e outras reclamações, como a de falta de vagas nas unidades de ensino do município, também têm chegado até ela.
A vereadora citou alguns dos motivos que podem estar contribuindo para o aumento de docentes afastados na rede pública. “A sobrecarga de trabalho, a cobrança por resultados, a violência em sala de aula, as turmas lotadas, a remuneração incompatível com a função, a desvalorização, a falta de auxiliares para alunos com deficiência e a ausência de treinamento contínuo podem estar gerando adoecimento mental nesses profissionais”, destacou.
Professor Michel (Patriota) sugeriu aumentar a carga horária dos professores A e C para solucionar a questão. Guto Garcia (PDT) reforçou a cobrança ao prefeito Welbeth Rezende (Cidadania): “Não existem profissionais suficientes em Macaé para suprir essa demanda, principalmente de professor C. Eles terão que vir de outros municípios. Por isso a solução imediata é o aumento da carga horária”, concluiu.
Cesinha ainda lembrou a falta de auxiliares que impedem tantas crianças com deficiência de ingressar e permanecer em sala de aula.
Prevenção da violência contra as mulheres
Outra proposta aprovada na sessão de hoje foi a de incorporar no currículo escolar do município noções de prevenção à violência doméstica. A iniciativa foi de Cesinha e visa instruir e conscientizar os estudantes sobre a Lei Maria da Penha e o combate à violência contra a mulher.
Cesinha ressaltou que pouco se fala da violência cometida dentro dos colégios. “Precisamos amparar também as meninas que sofrem ataques verbais, ameaças e outros problemas do gênero no ambiente escolar”. Iza mencionou a oficina realizada dentro do Programa Maria da Penha nas Escolas. “Seria importante ampliar esse projeto e contemplar todas as unidades de ensino da cidade. Pode mudar a realidade de muitas pessoas”.