<span style="font-family:arial,helvetica,sans-serif;"><span style="font-size:14px;">Encontro apresentou dados e objetivos traçados pelo governo para conter o surto das doenças</span></span>
Desde 1917, esta é a primeira vez que o Brasil entra em estado de emergência devido ao novo surto de doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti, mais conhecido como o mosquito da dengue. Por isso, a Câmara Municipal de Macaé promoveu, na noite desta terça-feira (8), uma audiência pública, solicitada por Igor Sardinha (PRB), com objetivo explicar e propor ações efetivas para combater o mosquito.
Durante três horas, profissionais da área de saúde apresentaram informações sobre a confirmação da relação entre o Zika Vírus ao aumento nos casos de microcefalia, além da Febre Chikungunya, doenças até então pouco conhecidas pelos brasileiros, mas que possuem relação direta com o mosquito. Por serem doenças cíclicas, a estimativa do Governo Federal é de que os casos continuem aumentando, já que 2014 apresentou números baixos de casos confirmados, em relação a 2013.
Após iniciar o encontro, Igor Sardinha defendeu ações conjuntas, envolvendo todos os setores. “Já encaminhamos ofício ao Forte Marechal Hermes pedindo apoio do Exército. Além disso, é preciso que a prefeitura invista em campanhas de prevenção e conscientização”, disse. O vereador ainda relembrou projetos do seu mandato e medidas em estudo, como a distribuição gratuita de repelentes.
Igor citou também visita ao Parque da Cidade. “O estado está alarmante. Não há fiscalização e o local, esquecido pelo governo, também virou um criadouro de mosquitos, com inúmeros focos da dengue”, acrescentou.
Parceria com a Fundação Oswaldo Cruz
Uma das propostas apresentadas é contar com parceria da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que escolherá uma cidade de até 400 mil habitantes para receber testes de mosquitos geneticamente modificados e que, comprovadamente, anulam os que são transmissores.
De acordo com a gerente de Vigilância da Saúde, Ana Paula Dalcin, a principal arma de combate é a própria população, pois a maioria dos focos do mosquito encontra-se em imóveis residenciais. Um agravante é o crescimento de imóveis fechados da cidade, motivado pela atual crise econômica.
“Trata-se de um mosquito resistente a diversos tipos de inseticidas. Para termos uma ideia, as fêmeas – que transmitem as doenças – podem viver até 30 dias, contaminando 300 pessoas. Os números podem aumentar ainda mais por causa do clima quente, que ajuda na proliferação. Vamos envolver todas as forças possíveis para combater a doença na cidade”, declarou Ana Paula.
Explicações também foram dadas pelo Centro de Controles de Zoonoses, representado pelo coordenador Flávio Paschoal. As intervenções do público contaram com falas de agentes de saúde, que pediram maiores condições de trabalho e infraestrutura. Do encontro, ficou decidido que novas reuniões serão feitas. No dia 15, acontecerá treinamento para todos os profissionais da saúde de Macaé.
Macaé: números colocam município em estado de alerta
De acordo com dados da secretaria Estadual de Saúde, Macaé apresenta dados alarmantes. O Levantamento do Índice Rápido para Aedes Aegypti (LIRAa) apresenta a cidade com números entre 2,6% e 3,0%, quando o índice satisfatório não pode passar de 1,0%. O bairro que apresenta maior risco é o Cajueiros, com 9,7%.
Vereadores cobram medidas emergenciais
Os discursos dos oito vereadores presentes foram consensuais ao pregar união de forças. “É necessário que o secretário Pedro Reis tome as medidas necessárias. Ele tem autoridade para tomar todas as medidas necessárias. As pessoas precisam de informação”, frisou o presidente da Casa, Eduardo Cardoso (PPS).
A bancada oposicionista, liderada por Igor, subiu o tom das críticas. Para Amaro Luiz (PRB) e Chico Machado (PSB), o prefeito demoroupara anunciar medidas. Já Maxwell Vaz (SD) apresentou vídeo de uma área da prefeitura que serve de depósito para pneus velhos. As imagens mostraram diversos focos do mosquito por falta de estrutura adequada.
Júlio César de Barros (PPL), o Julinho do Aeroporto, convocou o CCZ para participar de um encontro com a população do Parque Aeroporto, marcada para esta quarta-feira (9). “A situação está complicada demais. Os moradores não conseguem mais lidar com a quantidade absurda de mosquitos”, criticou.
Moradores apresentam propostas
“O trabalho dos agentes do CCZ é louvável. Mesmo assim, sugiro que as visitas aconteçam também durante os finais de semanas. Grande parte das casas fica fechada enquanto as pessoas trabalham. Já no sábado e domingo, é mais fácil encontrar-nos em nossas residências”, sugeriu o presidente da Associação de Moradores do Vale das Palmeiras.
Jornalista: Júnior Barbosa