A defesa por mais investimentos em políticas preventivas e de conscientização no trânsito centralizou os debates da noite desta terça-feira (25), na Câmara Municipal de Macaé. A audiência pública foi conduzida pelo vereador Cristiano de Almeida Silveira (PTC), o Cristiano Gelinho, e contou com a presença de representantes das polícias Militar e Rodoviária e do Corpo de Bombeiros.
Na cidade, a Linha Azul é um dos locais que mais preocupa Gelinho. “Em dois meses, o número de acidentes cresceu e a tendência é aumentar, pois as vias não contam com proteção. Escolhemos o Dia Nacional do Trânsito, comemorado hoje, para servir de alerta a todos”, frisou.
O parlamentar defendeu a instalação de guard rails, que são defensas metálicas instaladas no limite das pistas para evitar que veículos caiam em áreas perigosas. “Houve um caso em que o motorista saiu da pista na Linha Azul e veio a falecer por afogamento, pois não conseguiu sair do carro. Se houvesse proteção, ele teria sobrevivido”, acrescentou.
Para o comandante do 32º Batalhão da Polícia Militar, o tenente-coronel Rodrigo Ibiapina Chiaradia, é preciso que as autoescolas forneçam uma melhor formação de condutores. “Em muitos casos, a prioridade é apenas a prova prática e não formar motoristas conscientes no trânsito”.
Animais soltos aumentam os riscos de acidentes
Os animais soltos que circulam pelas vias também aumentam os índices de acidentes e diversos pedidos foram feitos para que o governo invista na fiscalização. Há três anos, a família do vereador Maxwell Vaz (SD) entrou nessa triste estatística.
“Perdi o meu irmão mais novo. Ele estava de motocicleta e colidiu com um animal na pista. Todos os anos, milhares de pessoas morrem por causas semelhantes e só mudaremos esses números com governos que sejam comprometidos com propostas reais de prevenção”, disse Maxwell.
 
Dupla função dos motoristas
Diversas linhas do transporte público de Macaé já funcionam sem cobradores, com os motoristas acumulando a função. Para Maxwell, os riscos de um acidente envolvendo ônibus crescem. “Além dos cuidados no trânsito, eles precisam conferir o dinheiro, dar o troco e ainda tirar dúvidas dos passageiros”, alertou.
Ciclovia na Teixeira de Gouveia          
Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestre em engenharia de transportes, André Borges foi um dos inscritos para apresentar propostas aos presentes. Além de sugerir que a prefeitura promova campanhas permanentes de conscientização, ele afirmou que a ciclovia instalada na Rua Teixeira de Gouveia deveria ser somente de mão única.
“Como há ciclistas vindo dos dois lados, há riscos de colisão com os carros que cruzam a rua. O ideal seria ter uma segunda ciclovia na Rua Visconde de Quissamã, por exemplo”, defendeu.